Febre do Oropouche: saiba como identificar o maruim, mosquito transmissor da doença
Uma morte foi confirmada pela secretaria de Estado da Saúde (Sesa-ES) e outra segue em investigação. Até o dia 12 deste mês, foram confirmados 2.976 casos da doença
O Espírito Santo vem enfrentando uma verdadeira guerra contra a Febre do Oropouche. Segundo informações divulgadas pela secretaria de Estado da Saúde (Sesa-ES), no último Boletim Epidemiológico que concentra os números sobre a doença no Estado, desde a semana epidemiológica (SE) 01 – 31/12/2023 a 06/01/2024- até a SE 49 – 01/12/2024 a 07/12/2024 o total de casos chegavam a 2.976.
Uma morte foi confirmada no município de Fundão e uma outra segue em investigação. A doença trata-se de um arbovirose que tem como vetor o maruim, popularmente conhecido como mosquito-pólvora
Com a proximidade do verão e a constatação do aumento de casos da doença, conhecer as características do inseto torna-se ainda mais importante. A transmissão ocorre, principalmente, pela picada do maruim que ao picar um animal ou indivíduo infectado, permanece com o vírus por alguns dias. Então, ao picar uma pessoa saudável, pode transmitir esse vírus.
Principais características do mosquito-pólvora
Segundo a Sesa, o tamanho bem pequenino está entre as principais caraterísticas do inseto que mede cerca de 1,5 milímetros, podendo atingir 3 milímetros, sendo visto, muitas vezes, apenas como um pontinho na pele.
Já o Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya é maior e apresenta listras. Outra diferença é o horário que costuma picar: início da manhã e no final de tarde, sendo esse o preferido. “Se a quantidade de maruim for muito alta na localidade, o inseto pode atacar ao longo de todo o dia e a sua presença está associada também ao incômodo à população, devido à picada dolorosa e persistência em se alimentar”, destaca a secretaria.
“O maruim necessita, de forma geral, de três coisas, que são: a umidade, matéria orgânica e sombra. Dessa forma, vários tipos de plantações, como a de banana, café, cacau, margens de rios, solos úmidos, matéria orgânica e até lixo são locais propícios”, disse a referência técnica em Zoonoses e Doenças Vetoriais da Secretaria da Saúde, a bióloga Karina Bertazo.
Ainda de acordo com Karina, há relato da presença desse inseto em todo o território capixaba, porém, vale destacar que existem mais de 500 espécies de maruins no Brasil, “sendo apenas uma, a Culicoides paraenses, incriminada como vetor da doença”.
“A principal característica ecológica do C.paraensis é a alta densidade populacional em área com plantação de bananas, hábitat primário dessa espécie. Porém, ela também é encontrada em outros tipos de plantações que oferecem a matéria orgânica, a umidade e a sobra necessárias. Essa, assim como as demais espécies do maruim, não são consideradas vetores urbanos, por isso os casos se concentram em áreas rurais e periurbanas”, ressaltou a referência técnica.
Aumento da infestação do maruim no verão
A recomendação principal para a população é evitar as localidades onde há infestação do mosquito. Gestantes merecem atenção especial. A Sesa já identificou a transmissão vertical do Oropouche em quatro pacientes no Estado, além do caso de má-formação congênita em um recém-nascido.
Se evitar esses locais não for possível, a orientação é para:
1) Usar roupas de manga longa;
2) Calça comprida;
3) Sapatos fechados.
Isso pode ajudar a evitar a picada do maruim. Manter as janelas fechadas também é indicado no horário de pico do vetor. Veja cuidados mais importantes, de acordo com Ministério da Saúde:
– Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores;
– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
– Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais;
– Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
– Uso de telas de malha fina em portas e janelas.