Adolescente que denunciou agressão de PMs no ES tem morte cerebral confirmada

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Segundo informações repassadas pela advogada do adolescente, neste sábado (31), será realizada a retirada dos aparelhos que estão ligados ao paciente

adolescente, de 16 anos, que teria sido agredido por policiais militares durante uma abordagem, teve morte encefálica decretada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória. A informação foi repassada na noite deste sábado (31).

Segundo informações repassadas pela advogada do adolescente, a partir das 22h50, será realizada a retirada dos aparelhos que estão ligados ao paciente.

Na versão da Polícia Militar, a vítima, suspeita de integrar o tráfico de drogas da região, teria escorregado em uma ribanceira durante uma abordagem. A versão teria sido desmentida pelas testemunhas, que afirmam que o jovem foi agredido. 

Durante a abordagem, o adolescente que estava com outros quatro homens, escondia cocaína debaixo da blusa.

Diante da situação, ele teria afirmado que levaria os policiais até uma região de mata para mostrar o restante das substâncias.

Nesse momento, de acordo com os militares, o adolescente teria tentado fugir e entrou em luta corporal. Em versão oficial, após a briga, ele teria escorregado em uma ribanceira e batido a cabeça em um muro.

O adolescente foi levado à Unidade de Pronto Atendimento de Guarapari e, em seguida, transferido ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE).

Testemunha narrou outra versão para a história

Em entrevista para a TV Vitória/ Record, uma testemunha, que preferiu não ser identificada, contou uma outra versão para a história.

“Eles chegaram falando que lá era um ponto de tráfico, mas como eles não acharam nada, eles levaram ele para um canto e tentaram forjar ele, contou a testemunha. 

Ela narrou que os policiais começaram a contar situações que os moradores desconheciam. Afirmaram que o jovem era ligado ao tráfico de drogas e começaram com as agressões.

“Eles partiram para a agressão. Levaram o menino para longe, onde não tinha vizualização, bateram nele enquanto ele gritava pedindo por socorro”, descreve.

A advogada disse que o adolescente não possui histórico criminal e afirmou que houve excesso de força na ação policial. Diante da situação, a família da vítima pretende ir ao Ministério Público denunciar a agressão.

Em nota inicial, a Polícia Militar acrescentou que “qualquer cidadão que se sentir prejudicado em uma abordagem da PMES pode procurar a Corregedoria da instituição e realizar a denúncia, munido de provas”. 

A coorporação foi procurada novamente após a morte cerebral do jovem. A matéria será atualizada quando houver a devida manifestação.


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