1,6 milhão de moradores do ES não têm serviços de coleta e tratamento de esgoto em casa
Dado, que representa quase 40 % da população, consta no levantamento do painel de controle do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) lançado nesta segunda-feira (20).
Um levantamento do painel de controle do tribunal de contas do Espírito Santo (TCE-ES), lançado nesta segunda-feira (20), apontou que 39,5% da população capixaba, o que equivalente a cerca de 1,6 milhão, não conta com serviços de coleta e tratamento de esgoto em casa.
Os dados, que compreendem os 78 municípios capixabas, foram retirados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) e são referentes ao ano de 2021.
O painel avalia o tema três anos após a atualização do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, em 15 de julho de 2020 em que um dos objetivos é a universalização dos serviços até o ano de 2033, garantindo que 99% da população do país tenha acesso à água potável, 90% tenham coleta de esgoto, e que 80% do esgoto seja tratado.
De acordo com o painel do TCE-ES, 60,5% da população tinha acesso a esse tipo de serviço, número abaixo da meta de 90% do legislativo, considerando o número de 4.108.508 habitantes.
“Isso mostra que o índice de tratamento de esgoto ainda é o que está mais distante de atingir a meta, alcançando 57,5% dela até o momento. O Painel de Saneamento Básico também mostra que o índice de esgoto tratado no Espírito Santo não registrou aumento, em comparação aos dois anos anteriores, de 2019 (43%) e 2020 (46%). Ou seja, falta investimento em estações de tratamento, e ainda há muito esgoto sendo lançado indevidamente”, informou o TCE-ES.
Ainda de acordo com os dados do painel de controle do TCE-ES, a situação se agrava ainda mais porque somente 46% do volume de esgoto gerado é tratado no Espírito Santo, e 31,1% da água tratada é perdida antes de chegar aos lares em razão de vazamentos nas tubulações ou por ligações clandestinas na rede de água.
Em 2020, a média de moradores que contavam com o serviço era de 56,9% com base em um total de 4.604.052 moradores.
Ranking de Saneamento Básico
O painel de controle do Tribunal de Contas também aponta o ranking de cidades com as piores e as melhores notas finais obtidas em 12 indicadores avaliados, separados por três grupos: nível de atendimento, melhora do atendimento e nível de eficiência no oferecimento do serviço de saneamento básico.
Melhores colocações
Com base na média estadual de 4,90, Cachoeiro de Itapemirim alcançou a avaliação de 8,06, a melhor classificação do estado, seguida de Jerônimo Monteiro com 7,46 e Bom Jesus do Norte com 7,35, respectivamente. Vitória ocupa o 7º lugar com nota de 6,82.
Classificação – Ranking do Saneamento Básico dos Municípios Capixabas em 2022
Posição no ranking | Município | Responsável saneamento | Pontuação |
1º | Cachoeiro de Itapemirim | BRK Ambiental | 8,06 |
2º | Jerônimo Monteiro | Saae | 7,46 |
3º | Bom Jesus do Norte | Cesan e município | 7,35 |
4º | Serra | Cesan e município | 7,20 |
5º | Linhares | Saae | 7,17 |
6º | Mucurici | Cesan e município | 7,10 |
7º | Vitória | Cesan e município | 6,82 |
8º | Boa Esperança | Cesan e município | 6,52 |
9º | Dores do Rio Preto | Cesan e Município | 6,50 |
10º | Aracruz | Cesan – litoral e Saae | 6,47 |
Média estadual | 4,90 |
Piores colocações
As piores colocações no ranking foram para Presidente Kennedy, com nota 1,97; Itapemirim (2,46) e Conceição da Barra com nota de (2,47).
“Foram observados, que de 2016 a 2020, os municípios capixabas investiram cerca de R$ 1,47 bilhão em saneamento básico, representando per capita o valor de R$ 367,87 em todo o período, ou de R$ 73,57 anualmente. O total foi inferior ao montante de R$ 105,65 estabelecido como o mínimo necessário para que a universalização na Região Sudeste seja alcançada até 2033”, informou o TCE-ES.
Sem água tratada
O levantamento do Tribunal de Contas também mostra que 15,3% dos moradores (628 mil capixabas) ainda não contava com serviço de água tratada em casa em 2021.
O alcance de 84,7% da população atendida é abaixo da meta de 99%.
Em contrapartida, ouve um aumento de 3,5% de 2020 para 2021 no percentual da população atendida com abastecimento de água tratada.